DA DOR, MEU MERGULHO PROFUNDO
ENVIEI-ME
NUM MERGULHO PROFUNDO
E UMA DOR DILACERANTE
ASSALTOU-ME O SER.
ERA A MAIOR DOR DO MUNDO
E, TRÂNSIDO,
ME PERMITIA
DOLORIDAMENTE CRESCER.
ERA PLEONÁSTICO MEU SOFRIMENTO.
PARA TAL ESTADO
NÃO HAVIA UNGUENTO,
NEM LINIMENTO.
OUSAVA
DESESPERADA E SOFREGAMENTE
TENTAR RESPIRAR.
SUBIR À SUPERFÍCIE
ERA UMA MISSÃO.
ASPIRAR UMA GOTA,
UMA OBSSESSÃO.
MAS RAÍZES ROBUSTAS
ME PRENDIAM AO CHÃO.
SEM TRÉGUAS
DE NENHUMA ESPÉCIE
COSTUMAVA NA DOR.
DE OLHOS BAÇOS
SEGUIA NO ENTARDECER.
A NOITE ME ANUNCIAVA
NA SOLIDÃO.
AOS TRAVESSEIROS
CONFESSAVA MINHAS LÁGRIMAS.
JÁ ERA TARDE
E MEU PASSADO ME SEGUIA.
E O DESESPERADO ABANDONO
DO NOSSO AMOR
ME ERA CARO
EM CARESTIA.
JÁ NÃO RIMAVA,
SÓ SOLUÇAVA.
JÁ ERA TARDE
E NO MOMENTO
APENAS PROSSEGUIA...