DA DOR, MEU MERGULHO PROFUNDO

ENVIEI-ME

NUM MERGULHO PROFUNDO

E UMA DOR DILACERANTE

ASSALTOU-ME O SER.

ERA A MAIOR DOR DO MUNDO

E, TRÂNSIDO,

ME PERMITIA

DOLORIDAMENTE CRESCER.

ERA PLEONÁSTICO MEU SOFRIMENTO.

PARA TAL ESTADO

NÃO HAVIA UNGUENTO,

NEM LINIMENTO.

OUSAVA

DESESPERADA E SOFREGAMENTE

TENTAR RESPIRAR.

SUBIR À SUPERFÍCIE

ERA UMA MISSÃO.

ASPIRAR UMA GOTA,

UMA OBSSESSÃO.

MAS RAÍZES ROBUSTAS

ME PRENDIAM AO CHÃO.

SEM TRÉGUAS

DE NENHUMA ESPÉCIE

COSTUMAVA NA DOR.

DE OLHOS BAÇOS

SEGUIA NO ENTARDECER.

A NOITE ME ANUNCIAVA

NA SOLIDÃO.

AOS TRAVESSEIROS

CONFESSAVA MINHAS LÁGRIMAS.

JÁ ERA TARDE

E MEU PASSADO ME SEGUIA.

E O DESESPERADO ABANDONO

DO NOSSO AMOR

ME ERA CARO

EM CARESTIA.

JÁ NÃO RIMAVA,

SÓ SOLUÇAVA.

JÁ ERA TARDE

E NO MOMENTO

APENAS PROSSEGUIA...

MARIO WERNECK
Enviado por MARIO WERNECK em 27/04/2013
Código do texto: T4262486
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