Calada, cega e surda.

Quem será, esta menina.

Que todas as manhãs, quando passo.

Eu a vejo sentada no mesmo lugar.

Com o olhar triste, e perdido.

Olhando o espaço, vazio a sua frente.

Não sente a minha presença.

Nem mesmo quando paro, e falo com ela.

Porque será, que ela fica ai tão só.

Calada, cega e surda, nada ouve.

Nada fala, não vê, o mundo lá fora.

E toda esta beleza, que nos cerca.

Hoje eu me aproximei, ela me viu.

Ao sentir minha presença ela sorriu.

Talvez, o seu primeiro sorriso.

Eu tentei lhe explicar porque vinha.

Ela não me deixou falar, se afastou.

Mas mesmo assim eu lhe disse algo.

Talvez ela tenha escutado, e sinta.

O pedido que fiz a ela.

Pedi para que, olhasse para o céu.

Para que visse este sol maravilhoso,

Que brilha para todos nós.

E que também devia escutar.

O canto dos pássaros,

Que também cantam para nós.

Que procurasse sentir, o perfume das flores.

Porque elas exalam, seu perfume para nós.

Se tudo isso que eu falei, for e m vão.

Tu nunca serás feliz, mas se você viu.

O sol a brilhar, ouviu a cantar dos pássaros.

E sentiu o perfume das flores, com certeza.

Você ainda e uma de nós...