Minha hora!
Minha hora!
Da minha infância distante
Deixei a passos largos
Uma criança inocente
Um jovem sonhador
Um homem realizado.
No senil da velhice
Vejo o amanhã tão perto
Que o tempo é pouco
Pra escrever minha história.
Já se vão os dias
Em que passava em claro
As noites da minha mocidade
Desperto no amanhecer das obrigações.
Hoje em dia não suporto o sono
Minhas atividades a cumprir
Dia e noite de insônias
Só pensando em arrumar o amanhã.
Quantas lembranças a contar
Quantas fotos a explicar
Quanto remédio a tomar
Quantas coisas a esquecer.
Só de pensar em meus avós
Nem falar dos meus pais
Chegou minha hora!
Não a tempo a perder.
Cadê os meus amigos?
Meus colegas de trabalho?
Meus parentes queridos
Todos já se foram
Ninguém mais pra dividir a conta.
Devo não nego
Pagarei com os créditos
De Deus lhes pague.