Intenso
Muito é estar preso na célula ou no núcleo do senso,
é desafiar o convencionado na quantia dos padrões,
é recordar o pouco do pouco, reter a fome dos leões,
muito é ser uma busca, se saber que é e ser intenso.
Muito é delirar, arder o sono dos sonhos impossíveis,
é desatinar o estruturado na valentia das presunções,
é delirar o tudo do tudo e abraçar estável as emoções,
muito é ser a bússola dos nortes distantes e infalíveis.
Muito é desenhar as horas da manhã do próximo dia,
é orbitar a Terra azul, sendo ainda o planeta perdido,
é beijar profundo o vulcão feroz, e por ele ser ardido,
muito é a abstenção de crer no engano nu da magia.
Muito é rasgar da paz o ovário, em tempo de floração,
é destroçar o verbo da obra prima, é magoar a retina,
é creditar ao momento a razão de ver a vida libertina,
muito é apagar o fogo do café e beber o seco da aflição.