Intenso

Muito é estar preso na célula ou no núcleo do senso,

é desafiar o convencionado na quantia dos padrões,

é recordar o pouco do pouco, reter a fome dos leões,

muito é ser uma busca, se saber que é e ser intenso.

Muito é delirar, arder o sono dos sonhos impossíveis,

é desatinar o estruturado na valentia das presunções,

é delirar o tudo do tudo e abraçar estável as emoções,

muito é ser a bússola dos nortes distantes e infalíveis.

Muito é desenhar as horas da manhã do próximo dia,

é orbitar a Terra azul, sendo ainda o planeta perdido,

é beijar profundo o vulcão feroz, e por ele ser ardido,

muito é a abstenção de crer no engano nu da magia.

Muito é rasgar da paz o ovário, em tempo de floração,

é destroçar o verbo da obra prima, é magoar a retina,

é creditar ao momento a razão de ver a vida libertina,

muito é apagar o fogo do café e beber o seco da aflição.

Dado Corrêa
Enviado por Dado Corrêa em 27/04/2013
Reeditado em 28/04/2013
Código do texto: T4261822
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