Desce o crepúsculo sobre meus olhos,
anuvia meu ser...

Lanço-me à noite
como quem entrega a'lma,

e em brando sofrimento
revivo o esplendor das negras asas...

 
Deslizo os olhos
- sobremaneira encantada -
sob esse manto âmbar
de braços largos no horizonte
 
Movimentos cadenciados
num arder incontido,
prendem os sentidos
entre as frestas da razão
e as tremulantes luzes utópicas
 
Um tempo que se difunde além de mim,
um céu de sentimentos que me emudece
e me conduz à fronteira d'um porvir 
 
 
Noite!
Desenha-me à tua plenitude
Alicia-me à sombra do sentir!


 
Noite de versos antigos...
Enquanto valsas no meneio dos meus cílios,
bebo-te crua e enluarada, sem receio.

 
 






 

Denise Matos
DENISE MATOS
Enviado por DENISE MATOS em 27/04/2013
Reeditado em 27/04/2013
Código do texto: T4261570
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