Fragmentos 63 [Sentidos, sandices, paixão pelo Ato]
Viver!
Talvez seja o mais complexo dos Atos!
Seja o mais diverso,
abstrato.
Nunca é finalizado e,
sem sentido por excelência,
é o ato dos Atos!
Na contramão dos fatos,
viver assemelha-se a pecado,
é sempre desgastado e,
por fim,
é sempre um morrer.
É um existir aos brados
um sentir de todos os lados
por todos os cantos
em todos os poros.
É, sim, simplesmente, viver
- e não importam os desvairos!
O sentido é sempre 'ato falho'
sempre perdido,
nem em atalho,
- banho de alho, oração -
sempre sem tempo para o dizer não
E nunca diz o contrário.
Não há volta,
nem que seja costurando em retalhos.
Não há fatos,
nem que seja em revolta.
O movimento transborda
desloca sentido
faz viver suprimido
E quando extingue o sentido,
suprime o tímido.
E nem que seja tresloucado
- atônito, frágil e descolado -
o ato é o Ato!
É sempre o fato mais complexo
em sua simplicidade fática:
exista!