visceras cadentes

A lâmina soa, quando cai

Fina e fria, asa de gilete

Cristal inebriado (em cor)

da curva tua de teu dorso

o abismo some, e a forma

bela e suave, antiga?

é caçarola que me balança;

o vento que acende o fogo

me comove, e volta a minha

boca e desse contralto eu

beijo seu corpo; e engulo

meu medo.

e os anos, eles acoplado

em nomes e palavras me

crispa os poros, os beiços

e suas pernas me prova a

existência das janelas

eu sou manto e clemência

deus nu, corredeira que sente

e desce o rio em canoa, segura

e prateada e afunda no

mar (vísceras cadentes)

Alex Ferraz Poti
Enviado por Alex Ferraz Poti em 26/04/2013
Código do texto: T4260893
Classificação de conteúdo: seguro