Enquanto isso...

É tarde e já é tarde

em um tempo inexistente

da noite alhures negra

como a rosa da morte;

que é formidável

quando regada a sangue

ou apenas um sorriso

desse continuísmo.

É tarde e a poesia segue

pelos recônditos das linhas

deixando às entrelinhas

uma pétala seca;

de sede e de solo ríspido

por onde os passos são cansados

dessa quase verdade

irrelevante, ensandecida.

É tarde e já é muito tarde

quase a noite densa plúmbea

que se revela nevoenta

e esconde as flores no outono;

e algumas vezes amanhece

e faz renascer as estações

pelos versos vividos intensos,

insanos, com pluralidades irreais.

Já é muito tarde então se foi

deixando um rastro amor perpétuo

no chão azul de estrelas róseas

em pirilampos e firmamentos;

e nos jardins sementes áureas

jorram o extraordinário

pelos rios que fluem retendo

as margens dessa folha rasgada.

Jonas R Sanches
Enviado por Jonas R Sanches em 26/04/2013
Código do texto: T4260355
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