NO HORIZONTE O AMOR SE ESCONDE
(Sócrates Di Lima)
Sigo minha própria linha,
A linha que meus sentimentos ditam,
Pouco a pouco a ela se alinha,
E sigo meu Norte e minhas histórias ficam.
Sigo sem tempo e sem hora,
A senhora das minhas vontades,
Que o senhor do meu tempo implora,
E manda embora até as saudades.
E assim, ao longe sigo,
O caminho do Sol,
Como uma estrada meu abrigo,
No começo do meu arrebol.
Santifiquei-me a vida inteira,
Com as bençãos de minha mâe,
Entre o pecado e a razão, para não fazer besteira,
Na vontade do corpo que se impõe.
Horizonte infinito,
Que ao longe escuta,
O meu mais louco grito,
Da liberdade que me recruta.
Quantas vezes tentei,
Me interpretar em Ícaro,
E no pensamento voei,
Em voo panorâmico e lírico.
Louco de mim eu sou,
Do amor que , ainda, não me levou,
Loucuras mil por mim passou,
Mas não me levou ao amor insano que não chegou.
É sempre a tardinha,
Que me volvo ao horizonte,,
Meus olhos vasculham na busca da avezinha,
Cujo ohar pode surgir por trás do monte.
Quantas avezes aqui chegaram,
Passarinhando minha alma nua,
Mas, uma ou duas, pousaram,
Como em noites frias em mim pousa a Lua.
E assim essas aves me trouxeram alegria,
Enquanto durou o encanto e a magia,
Que se revelou na intimidade da poesia,
Escritas com as penas da minha fantasia.
Quão gratificante foram meus dias,
Que meu coração acreditou,
Amar e ser amado em parcerias,
Que cada meu verso poético assim marcou.
Então, na estrada do horizonte me permito,
Ir, seguir, buscar, sentir...
Sem pressa e com olhos no infinito,
Sabendo que ali, esse amor pode surgir.
No horizonte o amor se esconde,
Aquele por quem meu coração há de despertar,
Ainda, tenho em mim a viva loucura que responde,
Ao meu camado para amar.