Entre cantos

No canto dou meus sussurros

Troco miúdos segredos

Alguns tão misteriosos

Desconhecidos por mim às vezes

Sinto meu ser adulto

Confundir-se com o meu passado adolescente

O que se sente de fato

É alguém bipartido

Ora extrovertido, ora inexato

Tenho em comum com as pessoas

Um cantinho quietinho

Na sala, no quarto

Qualquer lugar serve

Até mesmo com rachaduras

Meu peito acostumou-se com elas

Nos lamentos profundos

Ficamos recolhidos

Desabafamos com as paredes

Nos ouvem silenciosamente

Com uma mudez perturbadora

Se um dia falarem

Estaremos de fato nos escutando

Magalhães da Silva
Enviado por Magalhães da Silva em 23/04/2013
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