Da Palavra à Foz da Poesia

É a palavra dita muda

na poesia envolvente,

onisciente e perspicaz

elevando o momento

até o final do tempo

e ultrapassando o nunca mais.

É a palavra descrita

na poesia desdita,

silenciosa e relativa

transcendendo a vida

ao mortífero algoz

aonde há o tempo do depois.

É a palavra nua sussurrada

na poesia malograda,

entremeio ao tudo e o nada

por onde existe o equilíbrio

por onde morre o distúrbio

por onde o tempo é taciturno.

É a palavra gritada livre

na poesia que revive,

os sentimentos e as emoções

que sobrevive aos corações

tão nulos em risos do absurdo

por onde o tempo corrói o mundo.

É a palavra da ascensão

na poesia que inexiste,

além do alegre e do triste

por entre os véus do submundo

aonde dorme um moribundo

e sonha o tempo ao relento.

É a palavra que ainda lembro

na poesia desconvexa,

desconcebida e desconexa

de onde a letra do introspecto

reflete a luz interior

enquanto o tempo faz amor.

É a palavra que encerra

em poesia a luz da guerra,

do amor ao ódio e a paz da terra

que carcomida e precária

concebe as mãos incendiárias

e a alma do tempo a crepitar.

E a palavra agora fala

e a poesia então se cala,

se contorce e resvala

na face rubra da hecatombe

por onde a morte se esconde

esperando a vida atemporal.

Jonas R Sanches
Enviado por Jonas R Sanches em 23/04/2013
Código do texto: T4254969
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