ARCO ÍRIS

Aos poucos ela expõe a menina
e diviso o rosto dela nos tons
do arco-íris.
Somos tão necessariamente iguais
que desconheço os avisos senis.
Pergunto: para onde vais?
Dispara ela mil megatons.
Sei eu onde isso tudo termina?!

É que, num dia desses de outono,
dilui nos olhos dela os meus,
e, perdido, vaguei sem dono
os ares quentes da paixão. Nem deus
poderia prever onde essa menina
chegaria. Quisera eu que chegasse
em mim, no desencontro do disfarce
que omiti, no que pudesse ser,
um pedaço apenas do seu querer.
Seria feliz, talvez.
Ao que saiba, infeliz
só seria, se ela não fosse
meu arco-íris.


Nelson Eduardo Klafke
Enviado por Nelson Eduardo Klafke em 22/04/2013
Reeditado em 22/04/2013
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