SOBREVIVENTE...
O dia se envereda
sobrevive aos desatinos cotidianos
as esperanças sem lastros
que não se prevalecem aos anseios
dos sorrisos amarelos,
e um rubor sobre a face se prostra
desfazendo os começos,
inibindo seus finais...
dia que se faz claro,
aos raros perseguidores do agora,
os acasos não se fabricam
são nascidos das mãos, entre os calos
e suores que não gotejam salso, mas amargos
como os dilemas do calabouço da vida...
pungente e mordaz, prosseguir
ainda se faz capaz, viver é caminhar
no escuro, é condizer perseverante
e se purificar em sofrimentos,
é como arrebatar-se aos céus
dos sonhos, das esperanças
em buscas dos paraísos,
mas não da salvação do corpo
mas para transformação da alma...
as mãos ainda de farão calejadas,
as lágrimas verterão amargas
e os dias serão os mesmos,
as veredas serão iguais
as esperanças sem lastros também,
tudo será igual, nada se fará diferente...
Romulo Marinho