SOBREVIVENTE...

O dia se envereda

sobrevive aos desatinos cotidianos

as esperanças sem lastros

que não se prevalecem aos anseios

dos sorrisos amarelos,

e um rubor sobre a face se prostra

desfazendo os começos,

inibindo seus finais...

dia que se faz claro,

aos raros perseguidores do agora,

os acasos não se fabricam

são nascidos das mãos, entre os calos

e suores que não gotejam salso, mas amargos

como os dilemas do calabouço da vida...

pungente e mordaz, prosseguir

ainda se faz capaz, viver é caminhar

no escuro, é condizer perseverante

e se purificar em sofrimentos,

é como arrebatar-se aos céus

dos sonhos, das esperanças

em buscas dos paraísos,

mas não da salvação do corpo

mas para transformação da alma...

as mãos ainda de farão calejadas,

as lágrimas verterão amargas

e os dias serão os mesmos,

as veredas serão iguais

as esperanças sem lastros também,

tudo será igual, nada se fará diferente...

Romulo Marinho

Romulo Marinho
Enviado por Romulo Marinho em 21/04/2013
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