FOI ASSIM, PAI...
Pensei no jeito certo e no avesso das coisas
Quis passar calma a quem só se agitava
Senti frio e pena de quem sofria...
Tentei ajudar no que fosse possível
Mas não adiantou.
O mundo passou em questão de horas...
Os gestos e a inquietação viraram fantasmas
Naquela noite que caiu intensa e enigmática
Para quem observou a progressiva agonia.
Eu queria que tudo tivesse sido tão diferente
Queria poder modificar aquele drama que surgiu de repente
Transformá-lo num filme ameno, sem qualquer terror...
- Quem dera eu pudesse preparar um prato quente para o senhor
Estender, naquela hora, um lençol limpo e macio em sua cama
Para que dormisse e sonhasse com o fulgor da lua,
Com o cintilar das estrelas
Mas nada disso aconteceu.
Tudo foi rápido e brusco, feito relâmpago em noite de tempestade.
Hoje, meu pai, meu amigo, sua presença se faz com lembranças
Custa acreditar... difícil aceitar...
Mas Deus sabe remediar.
Agora o senhor está feliz e em paz ao lado de minha querida mãe
E esse estado de felicidade permanecerá para sempre.
Glaucia Ribeiro (16/4/2013)