BALSA
BALSA
O rio é sinuoso no começo,
Seu sorriso é o meu endereço.
Há peixe metálico veloz,
Todos sós com muitos nós.
A palavra é só um intervalo
E o seu olhar é o meu abalo.
Jacarés soltam tantos poluentes,
Deixando muitos tão doentes.
Quero destruir todo o mal,
Enquanto você acha normal.
E o rio bravio está logo ali,
Sinuoso como uma sucuri.
Cadê a minha rústica balsa,
Que bailará com o rio uma valsa?
Que atravessará esse rio doente,
Separando os monstros da gente!
Cada sacolejo me tira à calma,
O rio deve ter me roubado a alma.
Vejo os peixes urbanos no rio,
Dentro de um veiculo vazio.
Apenas você é para mim real,
Neste planeta louco surreal.
Como rouba-la neste momento?
Quero saber fazer um encantamento,
Vamos juntos fugir em minha balsa,
Pois neste rio urbano a vida é falsa.
Quem sabe assim na utopia ser feliz!
André Zanarella 05-07-2012