DOCE ÂMAGO
Com um leve toque
supus desvelar seus caminhos
morenos, sombreados. Mas
ao doce sabor da estrada
suada, levemente molhada
derraparam meus dedos.
Não havia mais dedos, mãos.
O tato não dava conta
daquele horizonte com sabor
de frutas frescas.
Caqui maduro colhido do pé
manga rosa escorrendo pelo corpo
a cor e o mel do sapoti.
Voltei à estrada.
Com a ponta da língua
percorri vales e montanhas
desci na "banguela"
penhascos, desfiladeiros...
O amanhã , ás favas! Só importava
chegar ao âmago dela.