DOCE ÂMAGO

Com um leve toque

supus desvelar seus caminhos

morenos, sombreados. Mas

ao doce sabor da estrada

suada, levemente molhada

derraparam meus dedos.

Não havia mais dedos, mãos.

O tato não dava conta

daquele horizonte com sabor

de frutas frescas.

Caqui maduro colhido do pé

manga rosa escorrendo pelo corpo

a cor e o mel do sapoti.

Voltei à estrada.

Com a ponta da língua

percorri vales e montanhas

desci na "banguela"

penhascos, desfiladeiros...

O amanhã , ás favas! Só importava

chegar ao âmago dela.

Iris Rago
Enviado por Iris Rago em 20/04/2013
Reeditado em 21/04/2013
Código do texto: T4250715
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