A Moça que Passa nas Vias Siderais

Vejo na moça que passa

um andar gracejado

de um corpo torneado

e uma tez de veludo;

e meu olhar a percorre

e nem Deus me socorre

nesse sentir inexato

de pensamentos abstratos.

Vejo na moça que passa

um sorriso serelepe

de um rosto divinal

e cabelos cor de mel;

então eu tiro o chapéu

e a cumprimento charmoso

e o seu olhar tão dengoso

me retribui em timidez.

Vejo na moça que passa

um dialeto feminino

então volto a ser menino

e atrevo-se a se apaixonar;

mas ela passa e se vai

e eu no meu continuísmo

a escrevo em minha poesia

em versos de infinita alegria.

Vejo na moça que passa

o reflexo da minha solidão

que titubeia o coração

tão frágil as dores da paixão;

então eu fico a imaginar

eu me perdendo em seus braços

mas não sinto o seu abraço

e minha alma recolhe-se só.

Jonas R Sanches
Enviado por Jonas R Sanches em 19/04/2013
Código do texto: T4249120
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