rapsódia (real)

Se tu crias um mundo novo,

Sem que tenhas estrutura

De mantê-lo bem montado

Com ferro forte e ossatura;

Terás criado uma miragem

De perna fraca e sem fundura;

Que trapaceia aos seus olhos

Menos a distante criatura

Que de longe vê o falseio

De estar fingindo nas alturas

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Nasci de uma porta

De uma porta expulsada

Que nem sabia que existia

No ventre que eu andava

E quando fui crescendo

Sentir portas mais pesadas

Que não era de fechadura

De madeira ou taramelas

Que eu só desconfiei

No truncar de meu andar

Que mesmo andando muito

A mesma sala eu retornava;

E foi que descobri

Que essa vida é de portas

Que quando se tem coragem

A porta existe a porta é gola

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Da porta de casa

Ao canto de um conselho

Levei tudo o que tinha

Até mesmo o que não vejo

E fucei noutro campo

De leituras encurtadas

Onde o verso mais brando

É o que mata a namorada

E me sacudi de secura

Do ódio e da tessitura

Do modo de como foi feito

O andar desse brasileiro

Que não anda pra frente

E vive como uma besta

Fazendo do mesmo jeito

Acreditando outra maneira

Alex Ferraz Poti
Enviado por Alex Ferraz Poti em 19/04/2013
Reeditado em 19/04/2013
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