rapsódia (real)
Se tu crias um mundo novo,
Sem que tenhas estrutura
De mantê-lo bem montado
Com ferro forte e ossatura;
Terás criado uma miragem
De perna fraca e sem fundura;
Que trapaceia aos seus olhos
Menos a distante criatura
Que de longe vê o falseio
De estar fingindo nas alturas
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Nasci de uma porta
De uma porta expulsada
Que nem sabia que existia
No ventre que eu andava
E quando fui crescendo
Sentir portas mais pesadas
Que não era de fechadura
De madeira ou taramelas
Que eu só desconfiei
No truncar de meu andar
Que mesmo andando muito
A mesma sala eu retornava;
E foi que descobri
Que essa vida é de portas
Que quando se tem coragem
A porta existe a porta é gola
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Da porta de casa
Ao canto de um conselho
Levei tudo o que tinha
Até mesmo o que não vejo
E fucei noutro campo
De leituras encurtadas
Onde o verso mais brando
É o que mata a namorada
E me sacudi de secura
Do ódio e da tessitura
Do modo de como foi feito
O andar desse brasileiro
Que não anda pra frente
E vive como uma besta
Fazendo do mesmo jeito
Acreditando outra maneira