o assombro que me reveste

na porta da minha

casa, ao sol que

me perdura o tempo.

sinto o azul da rua

o cloro da casa nua

e o cisne de sino estupefato

o tambor rude que me esconde

Dos flancos, gretas e do sono

Que rufando me põe adiante

Ao arame tenso da eternidade;

alguns passos, sossego, deito

sobre a grama verde, eu abro

o peito e aceito o dia que se repete;

e nele me esqueço e me deleito;

do assombro que me reveste

Ariano Monteiro
Enviado por Ariano Monteiro em 19/04/2013
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