SINTO DÓ DE VIVER
EM ALGUNS INSTANTES SINTO MEDO DA VIDA -
QUANDO O SOL DESPONTA,
QUANDO A LUA ACONCHEGA,
QUANDO AS ESTRELAS FORRAM O CÉU...
EM OUTROS SINTO MEDO DE TEMPESTADES
ONDE ME ROUBAM SEU AMOR.
SEM SEU AMOR
NÃO OUSO ABRIR
O LIVRO DOS MEUS DIAS,
NEM DESCORTINAR
OS VÉUS DAS MINHAS NOITES.
O SEM-FIM PARECE ME ALCANÇAR DE CHOFRE
E ME ABRAÇAR, FORTE,
DE ENCONTRO AO SEU PEITO.
ME SUFOCANDO,
SEM ME DEIXAR RESPIRAR...
AH! COMO ME DÓI A VIDA!
DÓI DE NÃO SE CALAR.
DÓI DE NÃO SE CONDOER.
DÓI DE ME ABALAR.
ME DÓI TANTO A VIDA
QUE SEU DÓ
BAILA DE ME ABALAR.
MAS, CREIO EM MIM,
QUE SERÁ
DE UM DÓ SOLITÁRIO
A DOR QUE VEM DE ME ALCANÇAR...
AO SOM DA "TOSCA", DE GIACOMO PUCCINI