Não é o que PENSAM

Bom, se de flores apenas os caminhos se fizessem
E de tapete multicolorido e suave coberto fosse o piso
Do jardim onde passeiam nossos pés.
Mas, real o desejo não se torna tão preciso
Como o sol não se abre radioso só porque dias amanhecem
E assim, em vez de fantasia feita, vem, indesejado, o revés.

Ah! se meu auspicioso e trepidante afã
Não se traduzisse apenas em palavra insípida e vã...
Letras dispostas em sucessivas linhas que esmaecem
O quão definham, perdem forma e fenecem
Como os sentimentos erigidos sobre pântano movediço,
Mostram face enganosa que nunca ganha viço.

Irrelevante onde estejamos ou qual a estação
Que perpassa o ciclo de cada vinte e quatro horas,
Nem mesmo se é turno do luar ou de sol vivaz
Se o que nos acelera ou implica demoras
Nunca advém de primavera, outono ou de um verão,
Tampouco inverno. Só nos definimos ante o gozo contumaz.

Alfredo Duarte de Alencar
Enviado por Alfredo Duarte de Alencar em 18/04/2013
Reeditado em 18/04/2013
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