SEMI-SERENATA
Enfermas são as mãos e os relógios.
E a cabeça que pende vendo o horizonte em diagonal.
Atrás da porta, tanta dívida com a invisibilidade,
e pela janela, o vento que vem ao parapeito e volta.
Nada de novo em casas pré-fabricadas,
em alvenarias convenientes e colunas apenas adequadas.
Velhos casacos que se escondem tímidos nos armários,
duvidosas porcelanas observando o pouco tráfego.
É assim que se faz uma casa torta,
é assim que se envelhece tudo o que se toca.
A morte imperceptível na brancura que adormece,
um possível despertar num dia arbitrário e inconveniente...
chá para cinco pessoas e armadilha na porta para o diabo.