SEMI-SERENATA

Enfermas são as mãos e os relógios.

E a cabeça que pende vendo o horizonte em diagonal.

Atrás da porta, tanta dívida com a invisibilidade,

e pela janela, o vento que vem ao parapeito e volta.

Nada de novo em casas pré-fabricadas,

em alvenarias convenientes e colunas apenas adequadas.

Velhos casacos que se escondem tímidos nos armários,

duvidosas porcelanas observando o pouco tráfego.

É assim que se faz uma casa torta,

é assim que se envelhece tudo o que se toca.

A morte imperceptível na brancura que adormece,

um possível despertar num dia arbitrário e inconveniente...

chá para cinco pessoas e armadilha na porta para o diabo.

EDUARDO PAIXÃO
Enviado por EDUARDO PAIXÃO em 18/04/2013
Código do texto: T4247660
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