HIPNOS
Vagava aos préstimos dos dias
Dois dias de tudo que se acaba
O mundo ardendo na fornalha
A vida cerzindo alegorias
O homem que mudo na estrada
Contava seu sono de alegrias
E era matiz de coisas tolas
O toldo que cobre quem abria
Viver de tudo a sua consorte
A morte de tudo que surgia
A vida de tudo que era morte
E tudo de sono é o que sentia
Abria a jornada displicente
Um ente fanal entre o final
O mundo que alberga na distância
A ânsia de ser o ser total
E tudo que foi correspondia
Contando seu sono de alegrias
Furtivo abria o seu jornal
E nada que lia se formava
Daquilo que sente no final
Por tudo que é vivo e viveria
Se a vida de si desencontrava
A vida de todos, afinal.