Água de Poço
No fundo...
Há escuridão latente,
De um fogo ardente,
Que só a luz da lua sabe como é.
Aquele ar agonizante;
Aquela dor ironizante...
Ao meio dia e meio,
Sem nenhuma vocação de hospitaleiro,
Manda a gente para lugar nenhum.
Alí no silêncio do eco,
Sob as paredes de gelo,
Com os nosso medos a avizinhar...
Alí na sombra dos mundos,
Com a vida ao meio a nos assenhorar...
Tem o gemido da morte,
Mas de toda sorte...
É a vida a nos avisar.
Beber dessa água é tomar a sede nessa miséria;
Não beber á água...
É parir os olhos dentro dessa eternidade,
Sem ser santidade,
Para além mar.
Nessa vida já não vale a pena beber água,
Enquanto essa miséria urbana continuar.
Recondicionar os vícios;
Renomar os valores...
É fazer a diferença,
Antes que a nossa civilidade,
Permita a insanidade, que ofereça,
como vida...
A morte sem sentido.