Corpo
Eu quero muito chorar
Chorar alto
Pranto a derramar,
Soluçar
Mas este choro de agora
Está contido
E alcança toda a minha taça
Corpo
Meus olhos cansados
Ditosos donos
De uma expressão
Que não quero ter...
Já as mãos
São mais sinceras
Posso tocar
E elas, boas amigas
Fazem o que quero
Involuntárias
Espontâneas
Nesta hora geladas e suadas
Sinto até vergonha
Quando trêmulas
Quase sempre estão
Este corpo cansa
Mas não nega
E os olhos...
Que contém as lágrimas
Sem pena...
Muito sangue, não
O suficiente pra bater o coração
Coração
Diferente dos olhos...
Fazem o rubro líquido circular...