PAISAGENS

Por onde ando sem ver,
e o que me leva a correr
em procuras e procuras
devassando a noite escura
com risco de me arrepender?
Perdida vou, sem ninguém,
num eterno vai e vem,
capricho, talvez, nem eu sei,
tanto, tanto caminhei
por estradas desgarradas
entre vultos indiferentes,
que não enxergam, não sentem,
passam por mim sem ver nada.
Sonhos muitos, já, sonhados,
amores desencontrados,
esperança, tão criança...
São paisagens incompletas
no coração do poeta.