O Luto da Luta
Tudo começa como termina...
Uma história como outras tantas.
Numa tal bendita esquina
Onde o sabiá não canta.
Nasci à beira do córrego,
E à margem da sociedade.
Sou negro, sofredor e pobre.
Mas sou bem visto na comunidade.
Pelos becos e avenidas
Procuro a igualdade humana
Que anda um pouco esquecida
De passar por essas bandas.
Os corredores infinitos
Pelos quais eu me rastejo
É para consolar os gritos
E as injustiças que vejo.
Enxugar olhos marejados
Da criança que lamenta
Por não ter no seu prato
A comida que a sustenta.
Que não cante o sabiá!