APRENDIZ DA VIDA...
Os dias se prostram, nada me deleita
corro a traz da vida, eu contido, ela desinibida
separados como duas linhas paralelas
que jamais se encontrarão...
um pulsar gélido, como sangue frio,
sem emoções que me façam vibrar,
inerte andarilho que se perdeu ao seu destino
sem trilha e sem caminho, apenas ao ponto de partida...
umbrático e cético rumo aos imaginários esquecidos,
dos meus portentos, dos meus milagres bandidos
pois sou gênio esquecido, encarcerado sem julgamento
face aos hipócritas letrados, aos pseudos eruditos...
visionário e luzidio, profeta que a vida profana
na contra mão da vida, caminhante apostemado
subjugo os dilemas, não como alternativa,
mas como falsas verdades, mentiras sem lastros...
oscilando as mutabilidades, ainda haverão desigualdades,
a vida "ziguezagueante" quase sempre tirana e injusta
abrigará a perversidade nas palavras proferidas,
como lanças afiadas, aos alvos dos homens leais, dos ingênuos...
vida infausta e penosa, que mesmo assim me apraza...
que me conduz aos purgatórios, aos mundos que abriga,
laboriosa são teus chãos, perspicaz quem anda sobre vós
teus segredos, teus mistérios, benditos os que não te limitam...
vida, interpretar teus cotidianos, é decifrar deduzindo
é aclarar teus desígnios, entre a sorte nômada e errante,
é avultar tua soberania e teus inatingíveis mistérios
é crescer como pessoa, e viver sempre como aprendiz...
Romulo Marinho