Um canto feio...
Encimando
Aquela árvore,
Um corvo preliba
A Lua, cortando ao meio
A noite, com seu canto feio.
E uma saudade
Se evola do peito,
Buscando um antigo
sentimento esquecido
Pelo tempo...
Aquela árvore,
Outrora flamboyant
De um vistoso vermelho,
Hoje é este lúgubre
E solitário abrigo de corvos...
Ali, na esquina dos anos,
A saudade passa sozinha,
Ausente de rostos amigos,
De instantes familiares...
... E o corvo, mesmo alheio
A tudo, parece entender
O sentimento que permeia
Aquela noite, cortando-a ao meio
Com seu canto feio.
(Danclads Lins de Andrade).