Na penumbra
Entre as sombras que ocultam o tempo
Teu vulto ronda meu pensar
Que passeia pelo espaço sem fronteira
Há que se valer do desatento
O momento em que a hora secular
Entorpece a razão por brincadeira
Na meia luz caminho errante
Alma que ousa mistérios desvendar
Não me importando com tolas garantias
Entrego-me ao universo confiante
Sem temer e sem me acovardar
Seguindo apenas o impulso da poesia
Na obscuridade que abraça a consciência
Permito-me apenas mergulhar
No abismo onde a idade se dilui
Farta-me o saber da existência
Que deseja meu juízo alterar
Sem saber que há muito... eu já fui!
Na penumbra do vazio eu te encontro
E de pronto me alegra o coração
Que se abre ternamente sem pudor
Corro delirante ao teu encontro
Dedicando-te toda minha atenção
Enquanto te entrego meu amor.
Priscila de Loureiro Coelho