Água

O mar estremecido vai de lá para cá, descabido.

Ondas brandas na planície vêm e vão, jusante.

Não sabem se fica no mar ou deságua no chão.

Mas só até a chegada do trovão no céu reluzente.

A nortada avassaladora vem de repente...

E lá no fundo não se sabe se peixe ou serpente.

Ah, o mar...

Tão longe e tão perto, tão cheio de eco.

Seu tamanho não tem mais fim, porém a solitude é infinita.

A não ser o canoeiro que ali passa na labuta e nunca fica o tempo inteiro.

Canoeiro, um personagem real e persistente.

Mas...

O apito do navio negreiro quebra o silencio do mar, e a fragata vem bailando sobre as águas.

E o olheiro com geladura à espera da estiada...

A procura de uma ilha para se hospedar, no entanto, nos quatro lados é laguna.

Ah, o mar sempre a receptar....

Lindo, cheio e vazio, nunca morre está sempre a recrescer.

Cheio de gente do mar que é bicho, mas que também é vivo.

Quem dera fosse de água doce, banharia o mundo, mataria a sede de muitos, porém o mundo não o compreenderia e mais de uma vez o sujaria.

E se o rio não existisse, o que seria de nós, “extintos”.

Pobres mortais do antepassado, que foram um dia por Deus agraciado.

O criador nos deu a terra, o céu e mar.

Um lugarzinho para plantar e a fome matar.

Deu o arco íris e o céu e as estrelas, para nossos olhos alegrar.

Quanto o mar ou rio não importa, são águas.

Enquanto uns secam, outros transbordam

Mayala Morenna
Enviado por Mayala Morenna em 15/04/2013
Reeditado em 08/02/2014
Código do texto: T4241749
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