Escolha nossa de cada dia

Está tudo arrumado

Numa frente parcial de fatos

Dispostos em fileira

Irrelevantes, mas necessários

Escolha costumeira

Tropeçando nas próprios defeitos

Apontamos, meio sem jeito

Mortes, vidas, o novo sujeito

Enquanto acabamos em ruína

Deve ser sina, ou despeito

A conveniência da escolha

Vomitamos conceito

De dentro da nossa bolha

Coagidos no começo

Mas agora com as próprias pernas

Ditando o que vemos pela sombra

No escuro das cavernas

Fazem-se os peritos caseiros

Críticos vidrados

Apalpando a realidade

Baixando regra

Mesmo que cega

Mesmo que ninguém se importe

Mesmo que fosse melhor a sorte

Branco ou preto

Esquerda ou direita

Mas nunca "tanto faz"

Pois isso já é desfeita

Aparente convicção

Mesmo em face de suspeita

De fato, sempre há caso

Este ou aquele

Em que não cabe descaso

Mas por que não deixar nos outros

Que as vezes aja o acaso?

Por mais acaso, aleatoriedade, desapego!

Deixemos de vestir a camisa, de cantar o hino

Chega de A ou de B determinantes

Morremos pela conclusão

Matamos pelo ego

Vivemos eterna questão.

Deperiret Sonus
Enviado por Deperiret Sonus em 14/04/2013
Código do texto: T4240854
Classificação de conteúdo: seguro