De onde vem a inspiração

Sentada a fabricar ideias

A sentir uma serpente

Se enroscar pelo corpo

Lentamente...

Num movimento de retração

Só o que posso desejar

É a total expansão

Num agitar de moléculas

A serpente quer me envenenar

Mas meu sangue já é puro veneno

Veneno de algum tipo hostil

De sapiência ameaçadora

E numa miserável escrita

A ponta do dedo grita

Clamando por significantes

E significações

Criando seu próprio sistema

Seu sistema simbólico

Quase num coma alcoólico

Num estrategema

Os dedos gritam

Eles têm vida própria

E a serpente do saber

Nos querendo sufocar

E nos signos e alegorias

Me perco para me achar

Numa desconstrução

Encontro a essência

E numa permanência desconfortável

Acho-me leve e criativa

Na minha escrita miserável!