Na fria!

Roupas molhadas que mal secam no corpo,

O ar mais leve, mais úmido, tão tímido,

Cores abstratas que o caminhante vê,

Focos de luzes, bem prováveis explosões,

Daquilo que o mato não cobriu, entornos de ranço,

Mais chutado do que cachorro sem dono,

Se bem ganhasse por reclamações ouvidas,

Um bom capital levantaria, mas para que?

Feito um assunto descartado, boiando ao largo,

Mais um projeto inacabado para a coleção,

Um guarda-chuva preso tem mais movimento,

Roda como uma ciranda de consumismo barato,

Tudo o que se estraga nas intenções dúbias,

Talvez faltou força, ou melhor, persuasão,

Contagem de pontos em folhas encardidas,

Remontagem de folhas por bobagens faladas,

Tantos segredos segregando toda a razão,

Maldita boca, sobra apertos digestivos,

Pequenos pecados suplantados por um novo brilho,

Sim, chore feito um triste palhaço sem máscara,

Riso escondido em alguma esquina soturna,

Das águas que a ninfa se banha, distância,

Um sonho sonhado, num canto da gaveta!

Peixão89

Peixão
Enviado por Peixão em 24/03/2007
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