Tear de poesia

No meu tear de poesia,

as palavras são tecidas

uma a uma sem pressa...

O novelo de minh'alma

é deveras atrapalhado,

fica emaranhado à toa...

Da última vez

deu trabalho para me recompor,

juntar meus cacos de dor!

Tive que transformar em dor

o que dantes se vestia de amor

e me despir de tantas sensações...

Tive que deixar para trás

tanta coisa importante

que hoje não me faz falta...

Não preciso de luzes de ribalta,

posso caminhar no escuro...

aprendi que o silêncio grita...

que culpa não maltrata quem não a sente

e que desculpa não mata raiva

e que brilho demais cega a gente.

Pelas minhas humildes contas,

É tanto faz-de-conta

se fingindo de verdade,

pra depois se mostrar sem máscaras.

Vou cumprindo minha via-sacra...

não me santifico, nem me purifico

Não sou nem quero ser santa,

apenas continuar humana,

mesmo que me perca de novo

no caminho que construo

com as pedras erradas que me dão!

Mas a culpa é minha,

Sofro de mal sem solução:

Cometo sempre os mesmos erros,

por isso são tantos os meus enterros!

Mas, sempre volto do túmulo

pronta para recomeçar!

Ane Rose
Enviado por Ane Rose em 11/04/2013
Código do texto: T4235707
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