Tear de poesia
No meu tear de poesia,
as palavras são tecidas
uma a uma sem pressa...
O novelo de minh'alma
é deveras atrapalhado,
fica emaranhado à toa...
Da última vez
deu trabalho para me recompor,
juntar meus cacos de dor!
Tive que transformar em dor
o que dantes se vestia de amor
e me despir de tantas sensações...
Tive que deixar para trás
tanta coisa importante
que hoje não me faz falta...
Não preciso de luzes de ribalta,
posso caminhar no escuro...
aprendi que o silêncio grita...
que culpa não maltrata quem não a sente
e que desculpa não mata raiva
e que brilho demais cega a gente.
Pelas minhas humildes contas,
É tanto faz-de-conta
se fingindo de verdade,
pra depois se mostrar sem máscaras.
Vou cumprindo minha via-sacra...
não me santifico, nem me purifico
Não sou nem quero ser santa,
apenas continuar humana,
mesmo que me perca de novo
no caminho que construo
com as pedras erradas que me dão!
Mas a culpa é minha,
Sofro de mal sem solução:
Cometo sempre os mesmos erros,
por isso são tantos os meus enterros!
Mas, sempre volto do túmulo
pronta para recomeçar!