Quase-Eu.
Eram 10 horas,
E a horas minha vertigem,
Cegava até meus pensamentos,
Pensava embriagado,
Quem morreu esta noite?
Velava pela alma dos pobres,
E sofria as dores dos esquecidos,
Ignorava a subsistência dos solitários,
Que se suicidavam aos montes em seu silêncio,
Talvez a calma esconda o desespero,
A dor no peito da inexistência.
Poucos aprendem a viver as sombras de si mesmos,
E não se julgam melhores do que os outros,
Não preciso ler teus lábios,
Para entender o que pensas,
No fundo, todos pensamos as mesmas coisas,
Em algum momento me sinto herói vencedor e vencido,
Que pensa em escrever livros,
Ou músicas de amor,
Que se vê próximo de suas criações,
Mas longe de seu próprio corpo,
Que tenta reconhecer o rosto,
Que rouba sua alma todos os dias.