Montanha e abismo...
Meus olhos que, cantando, vão
deserto afora,
não sabem me ver chorando
sem as lágrimas visitadas
vindas doutros corações que também choram.
Um homem ensinou-me a ser a montanha
para que soubesse o tamanho da dor
quando caísse no abismo do mundo.
Sou, então, essa criança que cresceu
para homem ser e amar
mas que se perdeu na estrada da infância...
Meu perdão anda de mão em mão
como se me castigasse
por não ser este homenzarrão
que minha criança roubou-me cálida,
antes que eu pensasse e amasse,
bem diferente de hoje,
neste mundo escarlate de tanto desamor,
cruel para quem demais quer ser amado.