Ah que saudades

Ah que saudade!

Eram tardes de muita gente na varanda

Eu, pouco podia aproveitar do lero-lero

A cozinha quase sempre a me aguardar!

A araruta já em polvilho na gamela

Água fervia pro café de rapadura

E eu na labuta a quebrar ovos...

Biscoitos de sal e de doce eram aguardados

As achas de lenhas ardendo em brasas

As crianças lá fora à brincar de casinha

As historias de assombração  eram tantas

Artes de quem sabia chamar atenção

Bastava um olhar para saber do agrado

Recolhendo se via galos e galinhas 

O boi no curral procurava seu canto

Oração das seis horas já era aguardada

Nesta rotina eu cresci sem notar

Nesta vida... vida de só trabalhar

Hoje choro o que não vi passar.