A Menina do Ônibus
De pé no ônibus, livre em pensamentos
me surge aos olhos uma garota
Com pressa ou tranquila
triste ou feliz
nada se arrancava do olhar humano
olhar de rotina, vidrado
ali só havia um corpo
a mente viajava
Cansado, cabeça pesada
vejo o mundo surgir na janela
quando vejo ela na outra ponta do ônibus
inquieta, notando minha atenção
ouvindo música, distante
vendo o mundo da janela, presente
há um cansaço em ambos os olhares
pouco se cruzam; o silêncio da janela abraça mais forte
Andando pela rua, criando mundos
vejo-a de bicicleta
nos reconhecemos
dois olhos, duas mentes, duas vidas, duas estradas
segui meu rumo à pé; ela, pedalando
Não a vi mais
e a menina do ônibus
virou um rosto na multidão
virou acaso na harmonia
e em outra vista
há de virar
um nome