AO CHEIRO DAS ÁGUAS

A jovem senhora árvore

acalma suas folhas secas

que de tristeza choram

copiosamente com saudade

das chuvas da estação.

Imaturas, se recusam a aceitar

a importância da pausa

de fechar as janelas

deixar cair as folhas secas e

se recompor das perdas

pra voltar a encher os olhos

de alegria ao primeiro

cheiro das águas.

Que felizes como uma criança

correm saltitantes pelas colinas

ansiosas por saciar a sede da árvore

que soube esperar por seu amor

atravessando com naturalidade

o deserto da maturação.

Iris Rago
Enviado por Iris Rago em 10/04/2013
Reeditado em 10/04/2013
Código do texto: T4233640
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