FOFURA
Antonieta Lopes
Nuvens amontoando-se lá em cima
Formam blocos no azul do infinito,
Não há poesia que a beleza exprima
Do conjunto fantástico e bonito.
Na rota um supersônico que prima
Pela audácia, as toca, mas restrito,
E as beija como o som doce da rima,
Do medo abafa íntimo, o grito.
De cá de baixo a cena aprecio,
Ninguém tanta grandeza reproduz
No verso, na pintura ou canto pio
Tudo é alvura, leveza, paz e luz,
Preenchendo o assombro e o vazio
D’alma que para Deus tudo isso induz.