Pódio da Vida

Dias galopantes, as horas voam.

A alma fria estremece mais,

ante o som uivante dos ventos,

ante o dissabor, do tempo a rolar.

Quê fiz, o quê fizemos nós,

que justifique o castigo atemporal?

Olho nos seus olhos, você me olha,

sons inarticulados a escapar.

Sim e não, não respondem a questão,

que lançamos há tempos atrás.

E hoje calados, sussurramos gemidos,

rostos contristados, o chão a olhar.

Tudo é remorso e perdão,

porquê só agora, dantes não?

Fomos nossos próprios inimigos,

carregamos em vão o fardo da dor.

Ódio, inveja, competição, tão ocupados,

sem sequer nos darmos conta,

de que o grande troféu no pódio,

precisaria de todos nós para ser levantado.

Allba Ayko
Enviado por Allba Ayko em 09/04/2013
Código do texto: T4231371
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