Em meio à noite
Em meio à noite
Procurando presas
Atenta a qualquer ruído
A coruja plana sobre as árvores ,
Em um farfalhar de asas quase imperceptível
Em meio ao breu
Ela é atingida por um vento lúgubre
Cálido, cheio de mistérios
Sem origem e sem destino.
Juntos, os dois dançam
Calmamente, sem preocupações
Parecem um só corpo
Penas misturam-se com folhas e sementes
Divertem-se até o amanhecer
Quando o primeiro indício de luz
Surge do horizonte
Daí, a caçadora bailarina
Abriga-se, por entre os ramos de uma árvore
Encolhendo-se e dormindo
Ansiosa para encontrar o seu par, o vento frio
Que agora está morno e guia os mais diferenciados tons do arco-íris
Nas asas da borboletas, que alegres buscam luz e sonhos
A Coruja não se sente alegre com os outros animais=
Eles não a compreendem
Acham-na sombria, medonha
Ela , na verdade, é apenas tímida
Mas Só se sente acompanhada e tranqüila com o vento noturno
É para ele que ela conta os seus segredos mais profundos
ele sabe de seu passado, seus motivos para uma vida com poucos companheiros
Seus medos , seus sofrimentos
O por quê de segui-la.
Autoria Bruna Boebel, Onze aninhos.