Edifício vida

Edifício vida

Nas paredes ríspidas do edifício vida encontrei verdades

Muitas, claras ou escuras, todas duras no viver

Sem tantas esperanças subi suas escadas

Com tantas dúvidas fui até seu subsolo ver a escuridão

No edifício vida fui de elevador ao terraço” felicidade”

De lá a vista é longa e a vida fica doce como ventos de verão

Hoje não há mais elevador e a escadaria é longa, pesada

Tenho só um pensamento: para aonde vou me mudar?

Entrei pela porta da frente, sem convite nas mãos

Vou vivendo como um eterno inquilino, mentindo a mim mesmo

Não há mais vagas, sobe tanto o aluguel que me assusta

A transferência virá em forma de pedra e pó, sem carpintaria

Os dias são longos e o aluguel sobe, na minha parca renda

Vivo aqui por falta de opção e, sinceramente, gosto

Ou me acostumei? Sou um bom pagador, em promessas

E agora? As paredes estão cinza, e molhadas de suor

Vou para onde? Outro bairro? Bela vista? Tem jardim?

Sou eu quem procura abrigo, amigo, irmão, vizinho

Têm tantos prédios, tantas vidas, tantas sólidas edificações...

Só quero uma casa no campo, onde eu possa tocar muitos rocks rurais...

É só.

Roberto Solano
Enviado por Roberto Solano em 07/04/2013
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