A seca
A seca devora a alma
Os animais padecem ao léu
O céu azul, nuvens não há
Deus,onde estás?
Deus,onde estás?
É quase escravidão
O sertão se torna navio negreiro
A seca devora a alma
O governo é um estradeiro.
A triste partida retorna
Em pleno século XXI
A seca devorando a vida
Natureza lamenta e chora
O Bolsa-família forra o estômago
O mensalão estoura.
Lá se foi nossa esperança
Na integridade política
Que seria de nós?
Sem a cobertura da mídia.
Aqui dependemos da terra
A terra depende da água
A seca vem e nos devora
O resto é ilusão.
Sem solidariedade humana
Política é enganação.
A terra está torrada
A criação morre
O sol escaldante
Clamamos por Deus
O homem sensível
Vive a chorar.
O Bolsa-família
Alivia a fome
Mas como ter dignidade
Sem produzir o que se consome?