"Solidão de ser poeta"
É noite
E o farfalhar da solidão
Promiscuo açoite
Que me tolhe a razão
Devora-me os sentidos
A compreensão
E coloca-me a deriva
Num oceano sem fim
Oceano de mim
...oceano
É noite
E o açoite das ondas
Na minha pele nua
Me afogam na dor
Que se insinua
Sólidas ondas que me marcam
Sólida solidão
Concreta
É noite
Há um frio cortando-me
A pela rala
E o incessante murmúrio das águas não cala
E me diz entre lamentos o mar
Que sou apenas mais um a naufragar
Nesse oceano de solidão que é ser poeta
Varley Farias Rodrigues