P A Z

O que resta, a mim, no mundo,
eu, errante vagabundo,
que nada sabe de si
e anda, assim, por aí
a vagar noites e dias
enfrentando a chuva fria,
buscando, buscando... O quê?
Me diga, me diga você,
pra ajudar-me a caminhada,
tão difícil esta estrada...
Qualidades eu não tenho
e, por isso, me abstenho
de sonhar alto demais.
Mas somos todos iguais
nesta vida desabrida,
que passa, que vai de corrida,
sem olhar, sequer, pra trás.
Lanço alto o meu grito,
urgente, ingente, aflito:
eu quero um pouco de PAZ!