NAVALHA
Pra cortar toda carne
profana
E nunca mais servir só
para o maldito desejo
do outro
Pra desfazer o gosto
do desprezo
nas curvas de um corpo
provisório
Pra livrar do veneno
do vício imposto
e mentiroso
Pra deixar de ser o encaixa
de pernas que só usam
amassam, quebram
e esfriam o oposto
Pra lembrar
de virar o jogo
E não mais
se deixar envolver
por passatempos que
causam desgostos