Para Ti
Para Ti
Ontem eu me apaixonei.
Perdida e inesperadamente.
Não que haja outro jeito de se apaixonar.
Não sei precisar o minuto exato.
Mas quem saberia?
Só sei que cheguei.
Era tarde. Mais tarde do que eu pretendia.
E a cidade inteira convidava ao verso.
Levou o tempo de um sorriso
para o caminho se vestir
de amarelinha rumo ao céu.
Na praça da matriz, lampiões acesos entre as árvores
acolhiam canções entoadas na esquina.
Uma lua pálida
me olhava pela fresta de uma árvore.
E eu me vi apaixonada.
Nem vi tudo ainda... e apaixonada.
Como cabem às paixões.
(Paraty - Julho de 2012)