Rapsódias ( terra)

porque eu sou poeta

O verde que ainda trago

É o verde de quando chove

Que brilha e lembra vida e

E moça que ainda é jovem;

Arrancaram-me a textura

da pele sem sujeira,

deram-me grosserias,

E fecharam-me janelas

O verde resistiu, escondeu-se

No meu ventre, e creio que

Seja dele, essa coisa de poeta!

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depois da porta da rua

de tanto rir , de gritar

de latir

as janelas se abriram

e eu vi:

a mesma

coisa de quando

eu guardado:

salvo o amor, que

dá vida ao outro lado

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da mulher que sempre falava que ia embora

quando atrás do véu incendiado, que lhe

cobria até então seu penteado, apareceu:

um coração murcho e vago, sem trono

e amargo, qual coisa de pouco ordenado;

vi que seu adeus era de troça, brincava,

não ia embora, Escondia-me seus sustos

e suas escoras; e a felicidade, antes ordeira,

subiu pela cumeeira, correu pela estrada,

ela sim; farta, foi embora

pergunta

a pergunta que

trago não é sobre

rio ou das carolas

que se dizem virgens

não é do barco de aço

que me trouxe até aqui,

nem do varal que

eu estendo minhas máscara

a pergunta que tenho

não a suporto em palavras

mas bem resumida:

por que tanta desgraça!

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do amor perene

O amor, sempre

Amor a me desejar

A me querer a me

Devorar, sempre

Amor que fujo e

E que não quero,

Mas dele me nutro

E com ele me tempero;

Que quando estou em

Falta, eu todo me desespero

O amor que vejo nas

Plantas, nas filas dos

Ônibus, nos corredores

Dos malfeitos, nos sorrisos

Ainda satisfeitos...nas

Escadarias dos mistérios

É por ele que morro

Que desço abismos e

Corredeiras, que me sufoco

Que entorto, que me queimo

Todo e me apago todo,

E nele eu me ascendo

Ao Todo

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fogo que saia da saia

Quando minha consorte

Abriu a boca e outros

Monstros aparecem,

eu estava de malas prontas,

já entrando noutro canto

onde homens não mentem

e nem se faz de santo...

dei-lhe outro bicho

encardido e malvado

dei-lhe um feitiço que

lhe atravessou as carnes

comprimi-lhe em chamas

o fogo que lhe saia da saia

e me afoguei no seu corpo

para que lhe arrancasse essa

raiva, e ela deu pulos, salto

ornamentais quando sentiu

que eu estava num estado

de um espasmo animal

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eu te deixo

Deixo-te no teu

Dorso frígido ;

Arrasto-me a outros

Ventos, salto em

Outras estradas, quem

Sabe, o firmamento;

Tenho-te guardada

Nas veias e no corpo

Que levo como um nada

Um nada como um fosso;

De todo modo, eu te deixo

tua pele e teu tormento;

O que sinto não posso deixar

Porque é meu esse veneno

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A flor orvalhada de Paula Ana

quando Paula Ana cruzou as pernas

e um naco de vida resplandeceu,

ajoelhei sobre as águas e

sobre as pedras, me acendi

e descobrir-me o farol.

e minha imaginação, tão poderosa

quanto o céu, arriou do seu cavalo

bravo , pulou sobre o tablado;

e dançou em fogo como o sol

meu corpo, que antes, boiava

no mar morto, abriu-se em janelas

e de longe, dentro dela, eu

vi que havia um flor

um flor perfumada e orvalhada

que queria me falar de amor...

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arapuca

se vejo e não falo

me enfraqueço

entretanto, se vejo e falo

me desmereço;

como não ser palavras e

escrituras, ser a vida viva

que insinua...

sentir o que acontece

sem agruras;

e nem se prender em arapuca

Ariano Monteiro

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A rua da Areia

Na janela as senhorinhas olham

a rua no fim de tarde...

As casas enfileiradas , antigas,

Com tintas parcas, em cascas

Na casa do meio, a mais bonita

Das feias, Dona Iracema, que

Não havia muitos anos, era uma

Puta na Rua da Areia, convive com

As outras, mais sérias, que nunca

Pode Mostrar suas veias;

A janela de Dona Iracema

Tem o gosto de quem viveu

E não se cala do sorriso

De quem a outras vidas se deu

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a porta certa

Descer da montanha

E encontrar o seu rosto

Como um rio acordado,

E não como junco poroso

descer a rua proibida

que ainda guarda sob

pele, mergulhar bem fundo

na vida, e não perder-se

no o que não cede...

pois se uma porta

se fecha, outras portas

serão abertas, talvez

a que batia não

fosse porta certa

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se olhar de perto

Se olhar de perto

Um rosto, verá que

Nele o tempo já lhe

Cravou na pele sua

Opinião;

Disse-o em ato

Quase nunca percebido

Que quando se vive

Aos anos, a beleza

É caniço.

O tempo que não se

Contenta com a cara

Desce às mãos e às

Pernas, deixa tudo

Mais pobre, vestido

de uma casimira de tédio

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a ver navio

todos os dias eu olhava

seu dorso frio e fingia

não gostar ,

envergava sobre outro

sonho e me punha a navegar

e nesses mares noturnos

onde amor não se faz,

havia o cântico das sombras

e outros gritos germinais

seu dorso ali no mundo

e eu, sei lá o que era eu

buscando como se era

me achando o prometeu

e dia quando me cansei

de buscar o que não sabia

seu dorso tinha ido embora

e eu fiquei a ver navio

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Mascaras

Põe um laço

Na vida, põe nela

Um brinquedo, uma

Gargantilha... mas

Se caso agüentar

Não ponha nada,

Veja-a crua e

Incendiária, sem

Esmalte ou indumentária

Não lhe ponha cortinas

Nem palavras,

Se suportar, pode

Em carne abraçá-la

Apenas se suportar

Caso não tolere

não tente tocá-la

usando máscara

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A rua da Areia

Na janela as senhorinhas olham

a rua no fim de tarde...

As casas enfileiradas , antigas,

Com tintas parcas, em cascas

Na casa do meio, a mais bonita

Das feias, Dona Iracema, que

Não havia muitos anos, era uma

Puta na Rua da Areia, convive com

As outras, mais sérias, que nunca

Pode Mostrar suas veias;

A janela de Dona Iracema

Tem o gosto de quem viveu

E não se cala do sorriso

De quem a outras vidas se deu

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Rasgos

eu buscava fechar os rasgos

da minha existência, que me

escondesse da infância e da

adolescência; e de tantos rasgos

fechados, rasguei-me de

incoerência;

tornei-me uma costureira,

que alinhavava a criatura

escondendo com a costura

os rasgos de uma vida inteira

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pedra rara

Tiveste-a nua

E sob a lua

Lançaste-a em

Febre,

Tiveste-a linda,

De vestido claro

E ao sol foi tua

Tinta e tua estátua;

Só não a tocou,

Tu tiveste, mas

Não a viste,

Pela lente de uma

Pedra rara

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folhetim

o brilho lhe é intenso

intenso é seu sonho - o mais

tenro - figura imensa que

me torna fanho ;

o seu torneado é uma teogonia

um engasgo, uma media que

se não formou

sua vida desenboca em folhetim

e dela não se sabe nem um tim tim

talvez o golpe que me faltou dizer

o soco que se embutiu palavra

essa palavra edeusada de significados

que nunca foi dita..

de longe o amor.

peça rara que se decompor:

ódio, herança e a primavera

tentando dizer:

faltam-lhe palavras e janelas;

no escuro tudo que se vê pode

não ser....

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a boa parte

O homem que sai de manhã

E volta quando o sol já morreu

Não entende o que fabricou

Pois o que fez não compreendeu;

Pois o seu tempo foi empregado

Numa parte, de um todo que não

sabe..

Ele não sabe dos outros, que também

Sofre,

entretanto, sem fazer alarde..

E somente quem sabe

É patrão , que ficou com a boa

parte

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Desvendar do amor

Se a vida é um folhetim

como nos disse Carlos Drummond

de Andrade, por que não fazer de

tua vila, uma outra cidade,

fazer do dia, um rio azul , e da noite,

uma namorada, e que a sinta a toda

sorte, sem impor-lhe uma embalagem;

inscreva -a com ternura

como se nela fosse um baile

de amores que nos desvenda

como Carlos Drummond de Andrade

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se você conquistar uma mulher

se quiser conquistar uma

mulher, não adianta fazer

pose, pois ela sabe de tudo

quando mente ou está nervoso

o négocio é ficar calmo

não ser mais do que se é

seja do seu tamanho

seja lá quem ela é.

se forçar a barra

se fingir que tem a lábia

se exibir o seu dinheiro

ou o que dos livros acumulou

faça com muito cuidado, pois

pode perder o respeito,

por que homem que se

presa, não se porta desse

jeito, fingido e mascarado

é melhor mostrar sua cara

pra não faze parte do inventário

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o que guardo

O que guardo

Que não me mata

Mas que me sufoca

E não serve pra nada

Que não me deixa rico

Nem mais sábio, apenas

Entristecido, como um

Covarde que come sapo

O que guardo que não

Me acrescenta: uma roupa

bonita, uma fotografia

De família, nem algo que

Ainda acredito...

O que guardo, que se eu não

Guardar me deixa mais leve,

mais livre, quiçá, mais bonito,

mas que eu insisto em guardar

como se fosse arte dourar

o passado e dele fazer um mito

que imagem não quero desfazer

se dela preciso me livrar pra

poder crescer, mas que continuo

guardando como se sem ela fosse

morrer,

o que me é tão precioso que

por mais que me doa, que me

dilacera, continuo montado como

uma cela que foi esquecida no dorso

de uma égua

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imaginação ( uma boa imaginaçã)

Quando na noite te vi

Algo profundo aconteceu

Não sei se era o amor

Não sei se era eu.

Seus olhos me disseram

Numa lasca de um instante

Que a vida com você

Seria doce e delirante.

Imagens tão ternas

Juntou a minha cisão

Percebi claramente

Que deixei as ilusões;

Pois no seu corpo eu vi

Bem perto dos meus olhos

Um amor verdadeiro

Não triste, mas brejeiro

E peço ao bom Deus

A coragem em dizer

Que imaginei uma vida,

ensolarada e atrevida:

e nela eu pus você...

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o fogo que carrega

Eu sei que na minha carne

Tem aço, tem rio caudaloso,

e muito Espaço, que se tem

Vento, é vendaval, e o sol

Me queima as palavras que

Cuspo no papel e queima

Em labaredas e arranca do

Coração o lamaçal

Minha poesia fala com a vida

E pela vida, nela corre sangue

E sal e arde quando aos ouvidos

Penetra e joga a alma que a ela

Se entrega o fogo mais feroz,

O mesmo fogo que carrego

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sua rosa em lampejos

sua rosa em lampejos

eu gosto de fruta

madura, que o sumo

desce nos dedos

gosto do beijo

molhado que

vem à boca

sem receio

da lingua viçosa

lânguida e melada

que me entra pelos

lábios...

do aroma esquentado

que vem de dentro

doce e rebelado

gosto do corpo que vibra

que se enrosca quando

beijo, e do calor que acontece

se me minhas mãos lhe toca

o seio;

e gosto do seus olhos me

dizendo em lampejos, o

que dentro lhe acontece

quando fora eu já percebo

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fora do mundo

Eu, que fora do mundo me encontro

Não sei se o aceito ou se me espanto

Onde me sinto triste e muito preso

Sem um espelho que reflete a contento

Essa imagem que lapido dos escombros

Eu, que abismos sofismei, que ao sol,

À janela neguei , que perdi inocência

E outros credos , fazendo disso meu

Degredo e sentindo a vida sem remédio

Eu, que sou homem e sou menino, que

moro no presente e no passado, que busco

num arcaico agonizante , lugar de bichos

medonhos , separar do mito a realidade

busco um descanso e um cessar , ilha de

pedra e de lume, lugar que na sombra

inauguro , onde conversam a estrela

e o escuro, um canto belo e alegre,

que seja raso e que seja fundo

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bebamos vida

O pergaminho das leis

Pegou fogo e queimou...

E junto dele, aquele outro

Mundo de aresta melancólica

E eu me tornei surdo e cego

Àquelas eras Catastróficas

Inauguremos outras praças

E dancemos sobre as águas

E amemos nossas mulheres

E nos embebedemos com vida

Que meu Deus seja Baco

Tomado pelo vinho

Que seja estético e alegre

E que não me seja brabo;

Que me seja amigo e se

Me ver triste, que assim

O seja, logo logo, eu saro...

Quero que a vida, me

Seja sentida, que seja onírica,

E arrítmica, pra que não morramos

De tédio...que tenhamos forças

Pra vivê-la intensamente como

direito, e nem o céu fazer média

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é como morrer e ficar na terra

O sol que está sobre minha cabeça é o sol que mais

tarde se esconde... Deus sabe lá pra onde! Nessa hora,

é o escuro que domina, sentimo-nos sós e sem estima...

o sol quando se vai, lembra o amor quando o perdemos, pois

escuro que fica é como esse: Da noite safena... Que nos fecha

os olhos e tudo é dilema.

quando o amor vai embora, perdemos o chão, sentimos

tão só - um palco sem platéia - sem saber mais quem somos,

é como morrer e ficar na terra...

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antes sabia falar de amor

O silêncio é um vernáculo

Sujo, um bombardeio de

Luxuria, um orgasmo de

Letras, que trago dentro do

Buxo...

É uma chupada de no pescoço,

É uma descida discreta e lenta...

E meu coração lamacento

É um punhal que na vida Se adentra

sou eu. com apenas cinco

Anos desafinando o violão

Que antes sabia falava de amor

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suspiro e sinto seu corpo

o contorno de sua bela

cintura pelas minha mãos

me faz sentir a terra de novo...

seu aroma de flor, seus

lábios molhados, seu hálito

doce e quente me toca a pele

e me põe num sonho bom

seus seio toca meu peito

meu coração bate forte

penso você nua...

(sobre o lençol nua,

sua pele clara, seus olhos

brilhando a cor das cortinas)

me perco, te aperto

te tenho, te beijo e te

beijo toda, seus poros

suas coxas que se arrepia

e eu homem e você água,

me lavando de amor;

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Abismo de Satã

Disseram-me: sua poesia é fraca,

Não parece poesia, guardei,

Sei lá onde, dentro da carne..

E continuei com a minha poesia

Boba, fraca...poesia duvidosa,

Sem expressão e imatura...

Eu guardei: “poesia

Não é isso, não sabe forma?”

Que raio é forma

Quando o que se

Escreve não cabe

Em nada que existe?

Ou não se encaixa

No agrado dos poetas

Bem vestidos, ditadores

Da qualidade e de polidas

gravatas...

Eu escrevo, e minha poesia

É fraca, mas isso se deve

Ao cansaço de ir buscá-la

Nas beiradas do inferno...

Pois eu não faço poesia

E nem as crio, eu as recolho

Do abismo de satã...

Esclarecido

Não sou poeta do agrado

Das flores e dos

Fáceis, sou poeta

Dos miseráveis,

Dos malandros, da corriola

Da madrugada, dos dementes,

Dos que vomitaram a esperança

E viu o absurdo que é viver...

Pra esses caras sem corrimão,

Sem anda mais a perder, eu

Escrevo...pois a minha arte

É a arte de um demônio esclarecido...

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é melhor deixar dormir

O sonoro jato de sol

A vida da emprega solteira

Pendurada á janela de apartamento

Na rua Aguiar de Barros, balde

Sabão, bucha, esfrega e até parece cantar..

20 metros de altura....

um amigo meu tentou acordá-la

não coube o apito no zumbindo

do seu sono...tem coisa que é

melhor deixar no mundo decordado....

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porta da rua

O rosto de pedra

Sobre o casco de

Vidro ...é o etermo

Susurrar do voar

Da noite crua...

Na insensatez da

Carne, no resvalar

Da precisão, no

Sitiar da agrura,

O sofredor se cura...

E nos impudentes

Sintomas de luz

o rosto se escapa

a um outro ssonho,

à vista daPorta da rua...

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Forquilha

Forquilha

Escorrer-se do mar infinito

E ser apenas rio,

De crepúsculo bonito

Desvendar do abismo noturno

Um lugar nem sempre bem visto

A vivacidade de uma vida agreste

Reencontrada nas vertigens

Acordar de um sono profundo

Andar sem julgar a fundo

E sentir-se sem cortar o pulso

O sangue que vaga no mundo

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Alex Ferraz Poti
Enviado por Alex Ferraz Poti em 07/04/2013
Reeditado em 07/04/2013
Código do texto: T4227896
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